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terça-feira, 16 de março de 2010

LESTE DO CENTRO DE SÃO PAULO EM LIVRO DA IMPRENSA OFICIAL

“A Leste do Centro – Territórios do Urbanismo” resulta de minucioso estudo, realizado com o objetivo de propor melhorias para a região central da capital paulista. Editado pela Imprensa Oficial, o livro resgata e conta a história dos projetos que desenharam a região denominada pela autoras Regina Maria Prosperi Meyer e Marta Dora Grostein como Vetor Leste Centro. Radial Leste, Metrô e Parque D. Pedro são alguns dos temas em destaque.
O lançamento será no dia 17, a partir das 19 horas, no MIS.

A Leste do Centro – Territórios do Urbanismo
Regina Maria Prosperi Meyer e Marta Dora Grostein
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
324 páginas
R$ 130,00

Os problemas contemporâneos de São Paulo, aparentemente insuperáveis, remontam a décadas, como registra o livro “A Leste do Centro – Territórios do Urbanismo”. Escrito por Regina Maria Prosperi Meyer e Marta Dora Grostein e editado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, o livro traz mapas, plantas, propostas de intervenção na região e fotos, atuais e antigas – algumas delas raríssimas. O lançamento está programado para o dia 17 de março, a partir das 19 horas, como parte do evento de inauguração do Espaço Imprensa Oficial no Museu da Imagem e do Som - MIS (Av. Europa, 158).

A obra aborda o trecho urbano a leste da Área Central de São Paulo – o Vetor Leste do Centro (VLC), região que abriga parcelas dos bairros do Brás, Pari, Mooca e Glicério – e apresenta estudos realizados para encaminhar ações públicas neste setor da cidade de modo a identificar projetos que tivessem um papel indutor de transformação urbana na Área Central.

Para Regina e Marta “a atividade essencial do urbanismo, que consiste em entender e intervir nas cidades, evidencia a necessidade de conjugar de forma efetiva instrumentos de analise urbana e de projetos urbanos” com um compromisso estabelecido com a cidade existente e, portanto com a compreensão de sua configuração histórica. Elas enumeram três fatores que explicam a expansão da cidade para o leste: a instalação da ferrovia e de suas estações na região de várzea, em fins do século 19 e primeiras duas décadas do século 20; a introdução do ônibus como transporte público nos anos 20, com a conseqüente transformação de algumas estradas em vias urbanas de novos bairros e a criação de novos eixos de expansão urbana e, finalmente, a aquisição de grandes glebas de terra rural pelo pode publico para a construção de conjuntos habitacionais populares em meados da década de 70, contribuindo para o crescimento populacional da região e reprodução do padrão periférico de urbanização.


Obras viárias e no Tamanduateí

Os grandes projetos viários de âmbito metropolitano - assim como a instalação das ferrovias em momento anterior – seccionaram os bairros centrais criando barreiras, dificultando a circulação tanto de pedestres quanto de veículos e provocando a deterioração do entorno dessas áreas, com conseqüências danosas, como a diminuição do número de moradores e o aumento significativo de edificações encortiçadas. Segundo as autoras, duas obras públicas relacionadas com a acessibilidade metropolitana à área central marcaram de maneira decisiva o cenário urbano paulistano nos anos 70: a praça Roosevelt e o “Minhocão”, ambas relacionadas à implantação do complexo viário leste-oeste, que cortou bairros centrais sem promover melhorias urbanas por onde passou.

Regina e Marta revelam também que as margens do rio Tamanduateí já sofriam com enchentes em meados do século XIX – em 1849 foi realizada a primeira intervenção de grande porte: “o rio perdeu as sete voltas na região da Várzea do Carmo, o que o afastou da colina central e possibilitou a ocupação da várzea a oeste pela rua 25 de Março”. Durante os anos sessenta houve uma série de enchentes, o que obrigou à realização de uma ampliação da calha do rio e o tamponamento de um trecho de seu percurso


Radial Leste, Metrô e Parque D. Pedro

Três dos principais elementos urbanos da região denominada VLC estão bem detalhados no livro: a Radial Leste teve seu primeiro trecho concluído em meados dos anos 50. O Metrô começou a funcionar entre a Praça da Sé e o Brás em 1979. E a região do Parque D. Pedro sintetiza para as autoras a resultante danosa de impactos negativos associados à forma de implantação de obras viárias metropolitanas e de transportes publico, confirmando a dissociação entre obras de infra-estrutura e projeto urbano.