
Trata-se de um setor complexo, que exige níveis elevados de
capacitação, lida com tecnologia de ponta e envolve diversas instituições com
interesses distintos. Sua gestão estratégica constitui um dos principais
desafios do sistema de saúde no país, mais especificamente dos serviços de
saúde. Gerir uma organização altamente complexa, em um ambiente complexo, que
acena com mudanças estruturais, tem se mostrado uma questão importante, na
medida em que a demanda explode e a concorrência se estabelece. É preciso
encontrar um equilíbrio entre oferta de serviços de saúde que satisfaçam as
necessidades crescentes da população e recursos cada vez mais escassos. É uma
questão complexa, que exige que as pessoas habilitadas a compreendê-la e a
desenvolver estratégias que possam adequar o serviço de saúde a um ambiente em
permanente processo de transformação.
Mudanças no perfil da população e até mesmo das doenças
exigem novos tipos de tratamentos e equipamentos, novas tecnologias e
intervenções. As clínicas médicas e os hospitais para se sustentarem, precisam
adotar uma gestão estratégica que permita avaliar o que deve e o que não deve
ser feito diante da complexidade ambiental. Em tempos de mudanças, a
sobrevivência e a sustentabilidade dos serviços de saúde requerem o exercício da
gestão estratégica, a fim de possibilitar à direção desses serviços definir os
caminhos a serem seguidos pela instituição, avaliando o que deve e o que não
deve ser feito, diante da complexidade ambiental.
“A
relação dos serviços de saúde no Brasil com sua demanda é complexa. De um lado,
serviços de saúde públicos com excesso de demanda. De outro, serviços de saúde
da rede privada lidando com empresas operadoras de planos de saúde, que
intermediam a relação com o usuário e possuem, dessa forma, certo grau de
controle sobre a demanda. Além da gestão da demanda e do alto custo
assistencial, os serviços de saúde no Brasil, a exemplo do que ocorre em
diversos países, enfrentam outros grandes desafios diante de mudanças ocorridas
em diversos contextos” informa os autores Carlos Alberto Gonçalves e Luciana
Faluba Damázio.