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segunda-feira, 20 de abril de 2020

Tiradentes, Brasília e Tancredo - O que eles têm em comum?

O feriado do dia 21 de abril é dedicado a homenagear Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira. Mas o que nem todos se lembram é que a data também marca a inauguração de Brasília como a nova capital federal, há exatos 60 anos. Foi, ainda, em 21 de abril, que era anunciada a morte do então presidente Tancredo Neves, em 1985.

Fatos políticos marcantes como estes são lembrados pelo escritor Fernando Machado em "Gastura - rastreando as profundezas da mente". A obra recém-lançada mistura acontecimentos que fizeram história no Brasil e no mundo com a biografia no autor. Os relatos incluem sete décadas, começando pela de 1950, na capital paulista, e incluem não só a política, mas o esporte e a cultura.

Verdadeira memória viva das transformações aqui e no mundo, Fernando está disponível para entrevistas sobre seu livro e as emocionantes vivências e percepções sobre os fatos que acompanhou ao longo de tantos anos.

Sete décadas na vida de um homem comum

Na autobiografia "Gastura - rastreando as profundezas da mente", Fernando Machado intercala vivências pessoais a fatos históricos no Brasil e no mundo


O Parque Ibirapuera ainda não existia. No Cine Leblon, as sessões aos domingos de manhã exibiam Tom e Jerry. O bonde era um veículo de locomoção usual na Avenida Conselheiro Rodrigues Alves. Os circos estavam na moda. A televisão virou uma novidade entre os vizinhos, que se reuniam na casa de quem tinha o privilégio de comprar o aparelho.

A São Paulo dos anos 1950 é o ponto de partida do escritor Fernando Machado em Gastura - rastreando as profundezas da mente. De memórias cotidianas a fatos históricos marcantes, a obra parte da ótica de quem viveu seus primeiros anos na Vila Mariana e acompanhou, no calor dos acontecimentos, os principais episódios sociais, políticos, culturais e esportivos daquela e das seis décadas seguintes.

No dia da partida final, meu pai nos preparou uma surpresa: colocou no jardim, perto do chorão social, um equipamento inusitado: móvel baixo e comprido, com três repartições, rádio, toca discos 78 rpm e alto-falante. Era chamado de hi-fi, aparelho de rádio e vitrola valvulado com som em alta fidelidade; nessa época, ainda não havia televisores. A família toda, tios, primos e vários amigos ficavam sentados na grama do jardim de casa, para ouvir o jogo, bebendo cerveja e caipirinha. Meu pai era tolerante com um pouco de bebida alcoólica para os garotos; a cada gol, havia gritaria e fogos. E foram cinco! (P. 32, Gastura - rastreando as profundezas da mente)

Assim como a final da Copa de 1958, o livro mescla passagens da vida do autor a acontecimentos no Brasil e no mundo. Da morte de Getúlio Vargas ao assassinato de John Kennedy; do golpe militar à Guerra do Vietnã; da condecoração de Che Guevara à viagem do primeiro homem pelo espaço sideral, com Yuri Gagarin. O ineditismo e fascínio da obra residem justamente aí: o autor usa sua própria biografia como “linha do tempo” para relatar fatos notoriamente conhecidos.

Hoje, no alto dos seus 75 anos, Fernando Machado apresenta mais que uma autobiografia. O escritor e engenheiro civil aposentado compartilha com o leitor cenários e visões que só quem viveu aqueles tempos poderia tão bem descrever. E, principalmente, revela sentimentos genuínos e as experiências que fazem de um menino, um homem. Neste processo de amadurecimento, o alcoolismo e a recuperação em Alcoólicos Anônimos foram partes significativas.

A minha vida particular social-alcoólica estava provocando dissabores, cada vez maiores, pois estava bebendo muito e metendo-me em uma série interminável de acidentes de carro. Numa época sem bafômetro, nem radar, a velocidade máxima permitida era sistematicamente desprezada. Além disso, vez ou outra ocorriam episódios deploráveis, no fim das noites; alguns inconfessáveis, outros perdidos na amnésia alcoólica, blecaute que causa incapacidade de lembrança de fragmentos ou de eventos inteiros do período de embriaguez da noite anterior. Apagão! (P. 153, Gastura - rastreando as profundezas da mente)

Lançada pela Editora Viseu, Gastura - rastreando as profundezas da mente trata de alegrias, perdas, encantamentos, dificuldades. Da simplicidade da vida e o que dá sentido a ela. A gastura que intitula a obra como forma de expressão de tudo o que incomoda e machuca não apagou as lindas memórias de uma época em que o tempo passava em outra velocidade, bem distante da pressa exacerbada trazida pelo aparato tecnológico.



Ficha Técnica:
Título: GASTURA – rastreando as profundezas da mente
Autor: Fernando Machado
ISBN: 978 85 300 1367-7
Páginas: 262 páginas
Formato: 23x16 cm
Preço: R$ 53,90 e R$ 9,90 (eBook Kindle)
Link para compra: https://bit.ly/2UUYBP8

Sinopse do livro: Em uma viagem a Lisboa, encontrei, em uma das paredes azulejadas da estação “Saldanha” do metrô, alguns dizeres de anônimos, dentre os quais constava: “Ser autor é trazer-nos inédito o que ainda pertence ao conhecimento geral”. Minha obra traz, de incomum, um breve resumo de relevantes acontecimentos sociais, políticos, culturais, esportivos e até criminais, empregando como “linha do tempo” a minha autobiografia. Comecei abordando a infância feliz em São Paulo, há setenta anos, em uma Vila Mariana sem prédios, com poucos automóveis e muitas chácaras, situadas onde hoje se encontra o Parque do Ibirapuera. Termino minha narrativa, já nos dias atuais, com a aposentadoria em uma casa à beira-mar, na freguesia do Ribeirão da Ilha, em Florianópolis. 

Fernando Machado
Autor de "Gastura"

Sobre o autor: Engenheiro civil, formado pela Universidade Mackenzie, em 1968, especializei-me na execução de obras de engenharia sanitária, inicialmente como contratado e depois com minha própria empresa. No início do novo milênio, encerrei minhas atividades de raiz e criei um espaço multicultural, que permaneceu ativo por alguns anos, até minha aposentadoria factual e a mudança para Florianópolis onde, por fim, passei a dedicar-me à arte da escrita.